Desde sua primeira edição há mais de dez anos a Marcha da Maconha de Florianópolis sempre promoveu o debate anti proibicionista de forma pacífica e organizada. No entanto, no dia seis de maio de 2017 houve pela primeira vez repressão policial ao movimento. A repressão, no entanto, infelizmente não é novidade para os usuários de drogas, que por vezes são forçados pela repressão policial de forma injusta e abusiva. Isso sem contar as várias vezes em que a polícia reprime cidadãos que nem são usuários em nome dessa política classista e hipócrita. Nesse contexto em que nem mesmo o protesto pacífico e organizado é pacífico e o debate é cerceado pela ação policial fica claro que é preciso ainda mais união nas denúncias das injustiças em nossa sociedade.

A organização da Marcha da Maconha de Florianópolis vem por meio dessa repudiar a infundada ação policial contra os manifestantes no centro da cidade que protestavam também contra esses abusos. “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim das polícia militar” diziam em coro, não é atoa: a forma como trata os cidadãos mostra que a polícia militar brasileira não está preparada para a democracia. A ausência de diálogo, a ação sempre truculenta, o agir pautado no racismo, no machismo e no elitismo que torna desigual aplicação das leis é marca característica dessa instituição.

Para fortalecer a pauta da desmilitarização através de amplo diálogo com a sociedade, para tomar conhecimento dos casos de violência policial e reagir à barbárie com civilidade e dentro do marco do direito e principalmente para ouvir críticas e sugestões acerca do ato ocorrido, de suas consequências, potencialidades e seu lamentável término, convidamos a todos para uma reunião de avaliação da Marcha de 2017.