Cultura Verde

A juventude se incomoda com a constante repressão da polícia nas proximidades e arredores de sua universidade e começa a se indagar o porquê dela existir e o porquê de algumas práticas constantes em seus meios sociais, apesar de não fazer mal a ninguém, são tão fortemente repreendidas e de certa forma jogam diversas pessoas, agora muito mais próximas, à margem da sociedade sem motivos justos aparente.

O Coletivo Cultura Verde nasce do incômodo na falta de autonomia sobre o próprio corpo e da revolta de perceber que a criminalização da maconha existe para referendar o caráter opressivo do estado sobre a população pobre. A criminalização da maconha não existe por cuidado do estado com a saúde da população, isso é claro, o cigarro é mais nocivo ao corpo e é legal. A criminalização da maconha também não é fruto de zêlo com a sociedade, o álcool, causa muito mais transtornos sociais e mortes e é legal. A partir da reflexão começamos a nos indagar o que, de fato, representa a ilegalidade do comércio de drogas fetichizado na palavra “tráfico”.

Nascemos da incapacidade de compreender que os gigantescos montantes gastos com o “combate ao tráfico” possa ser melhor alternativa de gasto do que o investimento em educação e saúde só porque este legitima a morte, dia após dia, mais e mais, jovens negros e pobres nas mais diversas favelas, janelas de contraste social, na paisagem de nossas cidades.

O Cultura Verde é um coletivo anti-proibicionista do Rio de Janeiro formado por estudantes em movimento por outra política de drogas, menos repressiva e mais humana.